quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DE MARIAZINHA A MARIA


De Mariazinha a Maria.
                                                             Dedico essa pequena reflexão a Bia Cardoso.

Vasculhando meus pertences literários me deparei com um livro da Marta Suplicy, peguei meu fichário e dei uma olhada na sinopse desse livro e logo minha memória fez uma ponte para com os acontecimentos tristes, mentirosos, caluniadores, perniciosos quanto oposição a campanha do João Salame. Mas uma coisa eles acertaram, quiseram pelo menos acertar. Foi justamente mexer no” melindre, na menina do olho” do João. Mas deu no que deu. Esse movimento de contrários fez justamente o oposto: fortaleceu ainda mais a campanha do João. Mas quero, deixar claro para os que ainda estão questionando as noticias caluniadoras e levá-los a viajar comigo a luz da psicologia quanto a ser uma mariazinha, fato esse que para uma personalidade marcante e critica como da Bia Cardoso , NUNCA, eu digo NUNCA encaixaria em seu perfil. Ela é sem sombra de dúvida sempre foi e sempre será uma MARIA.
O QUE VEM A SER UMA mariazinha.
“ Fala-me dificultosamente
De um país não documental
Onde apenas acontece
O que em verbo não se conta
E só em sonho, em sonho e sombra, se adivinha.
(Carlos Drumond de Andrade)

A mariazinha pode ser encontrada em todos os lugares, independentemente da classe social, estagio intelectual ou autossuficiência econômica. Ela pode usufruir dos privilégios da alta sociedade  e não ter autonomia, pensamento próprio ou percepção de si mesma. Ser acadêmica e totalmente desligada de sua situação no mundo ou temerosa em enfrentá-lo. Ser muito rica por herança, ou mérito próprio, mas se comportar emocionalmente em casa como a mais tonta e submissa das mulheres.
A mariazinha constantemente desvaloriza o que consegue e sonha, tudo que ela quer é um príncipe encantado. Dificilmente ela percebe o seu valor. Na sua fantasia é o homem quem irá solucionar seus problemas.
A MARIA tem existência própria, sempre busca refletir sobre sua vida, caminha com as próprias pernas, tem capacidade de ser por inteiro, ela não nasce mariazinha é o sistema que a quer a faz engessar-se, mas ela não permite e logo toma posição contrária.
A MARIA não é alienada, sempre busca elucidar os valores que foi aprendido e descarta sem medo numa postura brilhante , eficiente e consciente do que é melhor.  A jaula que aprisiona a mariazinha não passa pela vida da MARIA, pois essa jaula interna ela tem a chave e se apropriou dela e não abre mão.
NUNCA ela permite ser humilhada moralmente, sexualmente, e tem consciência do seu próprio valor.
O espaço que ela conquistou como mulher, cidadã, mãe , esposa ,ela preserva como um tesouro e sabe defender-se de tudo e de todos e tem no seu eixo esse apropriar e sua auto estima sempre está assegurada.
Bom, elucidando essas duas personalidades quero deixar claro que o perfil da MARIA é esse que não pode ser enganado por uma sociedade que está acostumada a ouvir desculpas de mulheres mariazinhas que usam “ eu caí da escada, eu escorreguei no chão” por isso esse hematoma ou esse braço quebrado.
A MARIA não permite tal situação, ela mesma a emancipa, mesmo tendo uma sociedade machista,  onde cidadãos não usufruem de direitos civis e oportunidades iguais, ela cava seu espaço tanto no campo do crescimento profissional como na esfera psíquica  o seu espaço ao sol.
Parabéns Bia Cardoso pelo exemplo de MARIA que és . Você como MARIA, deu provas que és organizada, centrada, busca seus interesses e não deixa de ser esposa e mãe exemplar. Sabe demonstrar amor e muito mais que isso , sabe amar. Dar carinho ao velho, à criança, sabe lutar e não cansa. Sabe ser muito mais que mulher, sabe caminhar e mesmo sendo frágil não se deixa dominar.

                                                               Gleide Borges Hartuique
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                                                          Psicopedagoga
                                                       Educação Especial

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