PANORAMA
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NUMA VISÃO SIMPLES
Estava vasculhando meus arquivos e
colocando-os em ordem para começar a estudar para os concursos ( três
exatamente) de Educação especial, comecei a fazer um retrocesso na bagagem
adquirida sobre os teóricos e a força motivadora que eles fazem quando lemos e
aprendemos de suas epistemologias.
Dentre os acervos que ainda restam em minha
estante ( pelo fato de minha casa ter queimado , foram-se meus ricos tesouros,
meus livros), peguei um de concurso publico e não dei muita importância, pois tenho um
novo que foi comprado a poucos dias e ainda nem terminei. Mas abri, mesmo assim , e algo me chamou
atenção:
“ A
pedagogia tradicional é encarada por
Paulo Freire como uma EDUCAÇÃO DE CONSCIENCIA BANCÁRIA.”
Analisei essa frase e me pus a pensar sobre a
educação que usufruímos e que pregamos como educadores. Foi como estivesse
tomando uma cacetada na cara.
Freire , escreveu essa frase em 1983 e até
hoje não tivemos muitos avanços . O professor ainda é um ser superior que
ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancária. O educando recebe
passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se
para arquivar o que se deposita.
É desgastante a rotina em sala de aula ,
lutamos tanto para vermos nossos alunos saírem dessa posição e não notamos que
o fazemos de forma tão deseducada onde o mecanismo que impera nossas aulas
fazem com que o tempo e o espaço não mude.
Se fizermos um panorama histórico da educação
onde nos primórdios a educação das sociedades tribais eram aprendidas pela imitação , onde os gestos dos adultos
nas atividades diárias faziam as crianças aprenderem PARA A VIDA, e POR MEIO DA
VIDA, sem que alguém estivesse especialmente destinado a tarefa de ensinar. E
eles realmente aprendiam.
Mais a frente , na sociedade oriental, a
educação tradicionalista, onde a população composta por lavradores,
comerciantes e artesãos, não tinham direitos políticos nem acesso ao saber da
classe dominante, o conhecimento da
escrita era bastante sagrado e esotérico. Hoje percebemos que essas sociedades
caminham a todo vapor e com explicáveis embasamentos de seus sucessos, dado a
importância a educação.
Já na Grécia
podemos considerar o berço da pedagogia (a Paidéia ) onde a significado
de pedagogia no grego é aquele que conduz a criança à escola. Os escravos ,
conduziam , acompanhavam os filhos dos abastados à escola. Com o tempo, o
sentido de pedagogia se ampliou para designar TODA TEORIA DA EDUCAÇÃO.
Chegando a IDADE MÉDIA, os parâmetros da
educação visava o homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve
cuidar em primeiro lugar , da salvação da alma e da vida eterna. Recomendava-se
consultar grandes sábios, divindades para ter acesso a grandes clássicos e
livros sagrados. A visão Teocêntrica de
Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e da formação do cristão. As
técnicas de ensinar e de pensar eram rigorosas e formal.
No RENASCIMENTO, com a chegada do Humanismo e
Reforma a educação tornou-se moda e exigência.
A meta da escola não se restringia à transmissão de conhecimentos, mas a
formação moral. A autoridade dogmática da Idade Media foi deixada pra trás ,
incluindo a grande massa popular para o acesso a educação.
Falando em grande massa popular, não deixemos
de lembrar de Pestalose, considerado um dos defensores da escola popular
extensiva a todos. Reconhecendo a função social do ensino ( século XIX).
No século XX , temos apregoado A EDUCAÇÃO
PARA A DEMOCRACIA. Uma pedagogia tributária da psicologia, sociologia antropologia,
etc, tem acentuado a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a
ser ensinado.
Para DUKHIM , a educação é uma atitude
descritiva, voltada para o exame dos elementos do fato da educação , aos quais
aplica o método cientifico .
Para GESTALT,
a educação , no processo da aprendizagem recusa-se o processo mecânico
de exercícios e sim, situações que ocasionam experiências ricas e variadas , levando o sujeito ao
amadurecimento e à emergência do insight.
E A ESCOLA NOVA?
Ela fala sobre a educação integral ( o
intelecto, o moral e físico) uma educação ativa, prática, sendo obrigatórios os
trabalhos manuais, exercícios de autonomia, vida no campo, internato, ensino
individualizado.
Escolas de métodos ativos como Montessori e
Decroly, estimula a atividade livre, com base na autoeducação. Supervalorizava
a criança e minimizava o papel do professor, quase omisso. A escola Nova era
oposta ao autoritarismo da escola tradicional, crendo que essa ação resultava
em ausência de disciplina, e consequentemente descuidando da transmissão do
conteúdo.
Dentro dessa visão de escola nova, viajaremos
por vários tipos de teorias tais como:
Teoria Socialista de Gramsci, que a educação
está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar a dicotomia fazer e
pensar, cultura erudita e cultura popular.
Teoria Progressista de Snyders, sendo contra
as pedagogias não diretivas , defendendo o papel do professor, a quem atribui
uma função política.
Teoria Antiautoritárias de Carl Rogers, visa
antes de tudo, colocar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito
e livrando-o do papel controlador do professor. Acompanhar o aluno, dirigi-lo
dando condições para que ele desenvolva suas experiências, e se estruture por
conta própria.
A Teoria da Escola Tecnicista, onde exista um
planejamento racional da atividade pedagógica, parcelamento do trabalho com
especialização das funções, ensinando por computador, tele-ensino, procurando
tornar a aprendizagem mais objetiva.
Teoria construtivista, que segundo Piaget, a medida
que a influência do meio altera o equilíbrio, a inteligência que exerce função
adaptativa por excelência, restabelece a auto regulação.
Já Vygotsky, afirma que ao analisar os
fenômenos da linguagem e do pensamento busca compreendê-los dentro do processo
sócio histórico, com internalização das atividades socialmente enraizadas e
historicamente desenvolvidas.
Essa relação entre o sujeito e o mundo que
ele conhece não é direta mas se faz por mediação do sistemas simbólicos.
Ufa, que bom lembrarmos desses fatos
históricos e teorias , tendo como aportes uma realidade que se faz presente em
nosso meio. Essa escola, esse ensino, essa política pedagógica que abraçamos
hoje são frutos do passado.
Nosso amigo Paulo Freire, grande pedagogo da
atualidade, não só do Brasil mas também no mundo se embasa em uma teologia
libertadora, preocupada com o contraste entre a pobreza e a riqueza que resulta
privilégios. Na obra titulada Pedagogia
do Oprimido, ele enfatiza que o conhecer não pode ser um ato de DOAÇÃO, do educador
ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do homem com o mundo
vivido e não é estático, mas dinâmico, em contínua transformação.
Voltando ao questionamento acima e que me fez
vasculhar meus acervos não só estudar para os concursos, lanço uma pergunta
questionadora.
O professor hoje é sujeito ou objeto da
história?
Conforme Lucksi ( 1982) , o educador é um
sujeito, que, conjuntamente com outros sujeitos, constrói, em seu agir, um
projeto histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um
projeto pedagógico.
Ele deixa claro que o educador e a educação
não mudam totalmente e nem criam um modelo social, ambos se adéquam em busca
busca de melhorias para alguns problemas existentes no meio, até por que nossa
sociedade é regida por diretrizes vindas do centro do poder.
Um educador como objeto da historia sofre
ações dos movimentos sociais, sem
participação efetiva na construção da mesma, para Luckesi esse tipo de educador
não desempenha seu papel, na sua autencidade. Ele precisa e deve estar
envolvido na prática histórica transformadora.
Só a partir disso podemos dizer que o
professor ( educador) pode ser um FORMADOR DE OPINIÕES E NÃO SOMENTE UM
TRANSMISSOR DE IDÉIAS OU CONTEÚDOS.
E você
educador! Em qual situação você se encontra? Você é o sujeito ou objeto da
história? Você é um transmissor somente ou um formador de opiniões?
Gleide Borges Hartuique
Psicopedagoga
– Educação Especial ( cursando)
Professora Gleide,
ResponderExcluirVocê está de parabéns pelo blog! Estamos com você na sua luta cotidiana e temos a compreensão de que o sindicato tem um papel fundamental na vida de cada servidor. Lamentamos muito o fato de algumas pessoas não terem a sua mesma compreensão da realidade.
Durante a greve tivemos o cuidade de seguir todos os paços aprovados pela categoria. Mas mesmo assim, foi possível perceber que muitos militantes partidários estavam como gatunos no meio da categoria plantando discórdias e fofocas. Tudo isso porque alguns coordenadores do SINTEPP decidiram apoiar um candidato do PPS para prefeito e para vereador. Reafirmamos que o SINTEPP tem compromisso com a categoria e até onde sabemos o nosso voto não está relacionado com a nossa postura sindical, portanto, compreendemos que podemos votar e apoiar o que achamos melhor para Marabá e para os servidores. Apoiar o candidato Manoel Rodrigues só porque ele é do partido de parte dos integrantes do SINTEPP não seria muito inteligente já que o principal inimigo dos trabalhadores em educação chama-se Tião Miranda! Neste momento, compreendemos que só João Salame pode fazer frente ao Tião do Não!
ResponderExcluir