segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PANORAMA... . VISÃO SIMPLES.


PANORAMA HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NUMA VISÃO SIMPLES
Estava vasculhando meus arquivos e colocando-os em ordem para começar a estudar para os concursos ( três exatamente) de Educação especial, comecei a fazer um retrocesso na bagagem adquirida sobre os teóricos e a força motivadora que eles fazem quando lemos e aprendemos de suas epistemologias.
Dentre os acervos que ainda restam em minha estante ( pelo fato de minha casa ter queimado , foram-se meus ricos tesouros, meus livros), peguei um  de concurso publico  e não dei muita importância, pois tenho um novo que foi comprado a poucos dias e ainda nem terminei.  Mas abri, mesmo assim , e algo me chamou atenção:
“ A pedagogia tradicional  é encarada por Paulo Freire como uma EDUCAÇÃO DE CONSCIENCIA BANCÁRIA.”
Analisei essa frase e me pus a pensar sobre a educação que usufruímos e que pregamos como educadores. Foi como estivesse tomando uma cacetada na cara.
Freire , escreveu essa frase em 1983 e até hoje não tivemos muitos avanços . O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancária. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita.
É desgastante a rotina em sala de aula , lutamos tanto para vermos nossos alunos saírem dessa posição e não notamos que o fazemos de forma tão deseducada onde o mecanismo que impera nossas aulas fazem com que o tempo e o espaço não mude.
Se fizermos um panorama histórico da educação onde nos primórdios a educação das sociedades tribais eram aprendidas  pela imitação , onde os gestos dos adultos nas atividades diárias faziam as crianças aprenderem PARA A VIDA, e POR MEIO DA VIDA, sem que alguém estivesse especialmente destinado a tarefa de ensinar. E eles realmente aprendiam.
Mais a frente , na sociedade oriental, a educação tradicionalista, onde a população composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tinham direitos políticos nem acesso ao saber da classe dominante,  o conhecimento da escrita era bastante sagrado e esotérico. Hoje percebemos que essas sociedades caminham a todo vapor e com explicáveis embasamentos de seus sucessos, dado a importância a educação.
Já na Grécia  podemos considerar o berço da pedagogia (a Paidéia ) onde a significado de pedagogia no grego é aquele que conduz a criança à escola. Os escravos , conduziam , acompanhavam os filhos dos abastados à escola. Com o tempo, o sentido de pedagogia se ampliou para designar TODA TEORIA DA EDUCAÇÃO.
Chegando a IDADE MÉDIA, os parâmetros da educação visava o homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar em primeiro lugar , da salvação da alma e da vida eterna. Recomendava-se consultar grandes sábios, divindades para ter acesso a grandes clássicos e livros sagrados.  A visão Teocêntrica de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e da formação do cristão. As técnicas de ensinar e de pensar eram rigorosas e formal.
No RENASCIMENTO, com a chegada do Humanismo e Reforma a educação tornou-se moda e exigência.  A meta da escola não se restringia à transmissão de conhecimentos, mas a formação moral. A autoridade dogmática da Idade Media foi deixada pra trás , incluindo a grande massa popular para o acesso a educação.
Falando em grande massa popular, não deixemos de lembrar de Pestalose, considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhecendo a função social do ensino ( século XIX).
No século XX , temos apregoado A EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA. Uma pedagogia tributária da psicologia, sociologia antropologia, etc, tem acentuado a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado.
Para DUKHIM , a educação é uma atitude descritiva, voltada para o exame dos elementos do fato da educação , aos quais aplica o método cientifico .
Para GESTALT,  a educação , no processo da aprendizagem recusa-se o processo mecânico de exercícios  e sim, situações  que ocasionam experiências  ricas e variadas , levando o sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight.
E A ESCOLA NOVA?
Ela fala sobre a educação integral ( o intelecto, o moral e físico) uma educação ativa, prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais, exercícios de autonomia, vida no campo, internato, ensino individualizado.
Escolas de métodos ativos como Montessori e Decroly, estimula a atividade livre, com base na autoeducação. Supervalorizava a criança e minimizava o papel do professor, quase omisso. A escola Nova era oposta ao autoritarismo da escola tradicional, crendo que essa ação resultava em ausência de disciplina, e consequentemente descuidando da transmissão do conteúdo.
Dentro dessa visão de escola nova, viajaremos por  vários tipos de teorias tais como:
Teoria Socialista de Gramsci, que a educação está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar a dicotomia fazer e pensar, cultura erudita e cultura popular.
Teoria Progressista de Snyders, sendo contra as pedagogias não diretivas , defendendo o papel do professor, a quem atribui uma função política.
Teoria Antiautoritárias de Carl Rogers, visa antes de tudo, colocar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito e livrando-o do papel controlador do professor. Acompanhar o aluno, dirigi-lo dando condições para que ele desenvolva suas experiências, e se estruture por conta própria.
A Teoria da Escola Tecnicista, onde exista um planejamento racional da atividade pedagógica, parcelamento do trabalho com especialização das funções, ensinando por computador, tele-ensino, procurando tornar a aprendizagem mais objetiva.
Teoria construtivista, que segundo Piaget, a medida que a influência do meio altera o equilíbrio, a inteligência que exerce função adaptativa por excelência, restabelece a auto regulação.
Já Vygotsky, afirma que ao analisar os fenômenos da linguagem e do pensamento busca compreendê-los dentro do processo sócio histórico, com internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas.
Essa relação entre o sujeito e o mundo que ele conhece não é direta mas se faz por mediação do sistemas simbólicos.
Ufa, que bom lembrarmos desses fatos históricos e teorias , tendo como aportes uma realidade que se faz presente em nosso meio. Essa escola, esse ensino, essa política pedagógica que abraçamos hoje são frutos do passado.
Nosso amigo Paulo Freire, grande pedagogo da atualidade, não só do Brasil mas também no mundo se embasa em uma teologia libertadora, preocupada com o contraste entre a pobreza e a riqueza que resulta privilégios.  Na obra titulada Pedagogia do Oprimido, ele enfatiza que o conhecer não pode ser um ato de DOAÇÃO, do educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do homem com o mundo vivido e não é estático, mas dinâmico, em contínua transformação.
Voltando ao questionamento acima e que me fez vasculhar meus acervos não só estudar para os concursos, lanço uma pergunta questionadora.
O professor hoje é sujeito ou objeto da história?
Conforme Lucksi ( 1982) , o educador é um sujeito, que, conjuntamente com outros sujeitos, constrói, em seu agir, um projeto histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um projeto pedagógico.
Ele deixa claro que o educador e a educação não mudam totalmente e nem criam um modelo social, ambos se adéquam em busca busca de melhorias para alguns problemas existentes no meio, até por que nossa sociedade é regida por diretrizes vindas do centro do poder.
Um educador como objeto da historia sofre ações  dos movimentos sociais, sem participação efetiva na construção da mesma, para Luckesi esse tipo de educador não desempenha seu papel, na sua autencidade. Ele precisa e deve estar envolvido na prática histórica transformadora.
Só a partir disso podemos dizer que o professor ( educador) pode ser um FORMADOR DE OPINIÕES E NÃO SOMENTE UM TRANSMISSOR DE IDÉIAS OU CONTEÚDOS.
 E você educador! Em qual situação você se encontra? Você é o sujeito ou objeto da história? Você é um transmissor somente ou um formador de opiniões?


                                                                       Gleide Borges Hartuique
                                                                   Psicopedagoga
                                                                                                                  – Educação Especial ( cursando)


2 comentários:

  1. Professora Gleide,

    Você está de parabéns pelo blog! Estamos com você na sua luta cotidiana e temos a compreensão de que o sindicato tem um papel fundamental na vida de cada servidor. Lamentamos muito o fato de algumas pessoas não terem a sua mesma compreensão da realidade.

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  2. Durante a greve tivemos o cuidade de seguir todos os paços aprovados pela categoria. Mas mesmo assim, foi possível perceber que muitos militantes partidários estavam como gatunos no meio da categoria plantando discórdias e fofocas. Tudo isso porque alguns coordenadores do SINTEPP decidiram apoiar um candidato do PPS para prefeito e para vereador. Reafirmamos que o SINTEPP tem compromisso com a categoria e até onde sabemos o nosso voto não está relacionado com a nossa postura sindical, portanto, compreendemos que podemos votar e apoiar o que achamos melhor para Marabá e para os servidores. Apoiar o candidato Manoel Rodrigues só porque ele é do partido de parte dos integrantes do SINTEPP não seria muito inteligente já que o principal inimigo dos trabalhadores em educação chama-se Tião Miranda! Neste momento, compreendemos que só João Salame pode fazer frente ao Tião do Não!

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